quinta-feira, 1 de maio de 2008

HOBSBAWM, Eric. A era dos extremos. São Paulo, Companhia das Letras, 1995. Capítulo 5 (“Contra o inimigo comum”).

Em seu texto, Hobsbawm dá foco central às medidas políticas adotadas, ou não, entre as nações européias no período antecedente a Segunda Guerra Mundial e também durante o transcorrer da mesma. Buscando a análise do modo de funcionamento do comportamento dos países beligerantes, o autor enfatiza que é importante destacar dosi tipos de mentalidades políticas totalmente opostas que coexistem nessa conjuntura mundial de guerra e influências: ideais autoritários e conservadores contrastam com os que são, em conjunto, contrários a esse tipo de ideologia.

A existência de uma oposição comum, coletiva, à Alemanha de Hitler foi o que possibilitou uma aliança, mesmo que temporária, entre capitalismo liberal e comunismo. Ambos eram também vistos como inimigos a serem destruídos pelo fascismo alemão.

Hobsbawm destaca a Guerra Civil Espanhola no período que antecede o choque entre os países na Segunda Guerra mundial. Apoios e influências no conflito espanhol servem para elucidar os lados opostos que ideologias também tão divergentes de países europeus vieram a se posicionar. A cisão do mundo europeu, e no mundo em geral, passa a tomar forma, segundo o autor, a partir da Guerra Civil Espanhola.

O ressurgimento bélico alemão também é plausível de análise se for tomado como foco central o fato de países europeus, como França e Inglaterra principalmente, terem hesitado em se opor, mesmo que fosse ao menos limitar, essa política expansivista de Hitler. O trauma da Primeira Guerra Mundial e o temor por uma outra que possivelmente viria a acontecer, segundo o autor, foram alguns dos fatores responsáveis por essa hesitação, e tal passividade veio a tornar possível que Hitler pusesse em prática, sem quase nenhuma oposição, seus projetos nazistas.

Também é importante perceber o caráter de “guerra total”, que é típica de uma lógica que englobe as massas no aparelho estatal. O estudo dessas relações políticas permitem uma maior abrangência dos fatores e medidas que tornaram a Segunda Guerra Mundial possível . Além do mais, compreender o posicionamento das sociedades mundias perante este conflito de enormes proporções ajuda a perceber o quanto este enfrentamento bélico transformou socialmente tais países, a ponto de desencadear posteriormente em uma guerra com uma dinâmica e forma de ação totalmente diferente: a Guerra Fria.

Um comentário:

Jaque Leite disse...

Muito boas suas resenhas, facilitou as nossas vidas